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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A jornada do Herói de Joseph Campbell

A jornada do Herói de Joseph Campbell


O Herói de Mil Faces, de Joseph Campbell, lançado em 1949, apresenta um importante direcionamento para entender a anatomia das histórias. A grande inquietação de Campbell era descobrir por que algumas histórias perdiam-se com o tempo e outras se imortalizavam na cultura de um povo. Profundo estudioso dos mitos, das lendas e fábulas, ele pesquisou milhares de histórias na busca de uma resposta, passeando inclusive, pelas teorias psicanalíticas (ele foi contemporâneo de Freud e Jung).
O que ele finalmente descobriu foi que as histórias possuíam uma mesma estrutura, configuradas pela presença de um herói, que poderia ser uma pessoa, um grupo de pessoas, um animal, uma entidade e até uma idéia; que este herói saía de sua rotina e enfrentava uma situação especial, não importando se ele a procurou, se foi induzido, ou se por força das circunstâncias ele teve que enfrentar; e, que este herói retornava ao seu mundo transformado, após viver a experiência.
 Esses três passos configuravam a estrutura básica de qualquer história. Apreendida essa estrutura, Campbell  enveredou ainda mais sobre o seu objeto de estudo – as lendas, as fábulas, os mitos – e conseguiu identificar doze etapas que compunham o núcleo de funcionamento das histórias. O modelo identificado recebeu o nome de A JORNADA DO HERÓI e foi apresentado no livro já citado O Herói de Mil Faces.
Bastante utilizado por escritores e cineastas para a construção de suas histórias, esse modelo vem sendo cada vez mais divulgado. Entretanto, ele deve ser visto como uma ferramenta que, embora muito importante para um escritor, serve para orientar as suas escritas, mas jamais para ser adotada de forma rígida, bloqueando a criatividade do autor. Há excelentes obras em que a histórias não cobriram todas as etapas.  O modelo é o seguinte:
1) Mundo Normal
A identificação do herói com o seu mundo normal, a sua rotina, o seu ambiente, as suas relações.
2) Chamamento para a Aventura
O herói recebe um chamado à aventura, seja através de alguém, de algum fato incomum que lhe ocorre, de uma idéia, uma crise existencial, não importa.
3) Recusa do Chamamento
Ele recusa num primeiro momento o chamado, reage às mudanças que poderiam ocorrer em sua vida com a aceitação, o novo lhe assusta, a rotina lhe é conveniente.
4) Encontro com o Mentor
O mentor pode ser uma situação metafórica, ou alguém que lhe dê o impulso que precisa para tomar a decisão de partir.
5) Travessia do Limiar
É o momento em que o herói forçado pelas circunstâncias ou por vontade própria, sai da rotina e inicia a jornada.
6) Testes, aliados e inimigos
A maior parte da história se concentra nessa etapa. No mundo especial o herói passa por vários testes durante os quais forma alianças e inimizades.
7) Aproximação do objetivo
É aqui que o herói mais se aproxima do seu desejo, da concretização do seu plano, mas é também um momento tenso pela possibilidade de sua não realização.
8) Provação Suprema
Nesta etapa o herói mergulha no ponto máximo da crise, em que o desafio diante dele é supremo. Muitos riscos, muita emoção, momento de muito suspenso.
9) Conquista da Recompensa
Vencida a prova, o herói sai vitorioso e obtém a recompensa que é o objeto do seu desejo, da sua luta, da sua jornada.
10) Caminho de Volta
O herói inicia o caminho de volta ao mundo que abandonara para viver a aventura. Esse retorno pode ser metafórico ou não. Normalmente é a parte mais curta da história.
11) Depuração
Alguma situação pendente poderá ter o herói que resolver. Às vezes é aquele bandido que todos pensavam que estava morto e de repente surge com um punhal na mão rsrsrsrrsrsrs.
12) Regresso Transformado
É o The End da história, o herói está de volta mas já não é mais o mesmo, ele retorna amadurecido, transformado.
 

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