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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A Incrível Formula do Contágio de Ideias É Revelada Por Cientistas e Você Precisa Conhecê-la


A Incrível Formula do Contágio de Ideias É Revelada Por Cientistas e Você Precisa Conhecê-la

Na minha opinião, esse é um daqueles vídeos que TODO mundo precisa ver porque ele realmente toca algo dentro da gente. E o faz de uma maneira mais prática e menos “sonhadora.” Depois de assistir, eu espero que você também volte (ou comece) a acreditar que mudar ainda é possível.


http://www.socialfly.com.br/videos/96-a-incrivel-formula-do-contagio-de-ideias-e-revelada-por-cientistas-e-voce-precisa-conhece-la

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Ascensão Conservadora: André Singer

1 Ascensão Conservadora: André Singer


https://www.youtube.com/watch?v=TRIXKEtcG_g

Participação de André Singer no debate A Ascensão Conservadora em São Paulo, em 28 de ago de 2012 na USP.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Antropóloga avalia a questão das manifestações no Brasil


Antropóloga avalia a questão das manifestações no Brasil


http://globotv.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/v/antropologa-avalia-a-questao-das-manifestacoes-no-brasil/3146405/



Problemas do Brasil

[TvCarta]

Por aqui, a pior face da verdadeira barbárie é a desigualdade social, afirma Mino Carta em seu comentário semanal.

http://www.youtube.com/watch?v=-KVOYfeKE08

David Brooks: O animal social

Talks

David Brooks: O animal social

Filmed Mar 2011 • Posted Mar 2011 TED2011

http://www.ted.com/talks/david_brooks_the_social_animal.html

Tateando as descobertas de seu último livro, o colunista do NYTimes David Brooks desvenda novas visões sobre a natureza humana nas ciências cognitivas – visões com implicações contundentes para economia e política e também para nosso auto-conhecimento. Em uma palestra cheia de humor, ele mostra como não se pode esperar compreender humanos como indivíduos isolados fazendo escolhas baseadas em sua consciência.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Rage Against The Machine - Killing In The Name


Rage Against The Machine - Killing In The Name

 

http://www.youtube.com/watch?v=bWXazVhlyxQ

Tarifa zero e mobilização popular


Tarifa zero e mobilização popular | Lúcio Gregori e Paulo Arantes

http://www.youtube.com/watch?v=QyPBUDlV4d4

Aula pública com Vladimir Safatle sobre a Primavera Brasileira



Aula pública com Vladimir Safatle sobre a Primavera Brasileira - Movimento Honestinas - parte 1

http://www.youtube.com/watch?v=Qvxhw2XDvjo


Aula pública com Vladimir Safatle sobre a Primavera Brasileira - Movimento Honestinas - parte 2

http://www.youtube.com/watch?v=0GoC-EP4yhs

DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA


Aula Pública OcupAção: DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA (c/ prof. Túlio Vianna)


http://www.youtube.com/watch?v=o2x8XFv7ap8

Deep Web poderá ser o fantasma das eleições em 2014

Deep Web poderá ser o fantasma das eleições em 2014

18 de dezembro de 2013 · Atualizado às 16h13
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As eleições de 2014 estão se aproximando. Já está mais do que evidente a importância da internet nas campanhas eleitorais. Com a ascensão da banda larga, cada vez mais a população utiliza as ferramentas da web para definir seu voto. O acesso à rede mundial de computadores já passou dos 100 milhões de brasileiros. Mas há um fenômeno que poderá assombrar os candidatos – a Deep Web. Segundo o especialista em marketing digital e político Gabriel Rossi, será esta “Internet Profunda” que poderá definir a reputação dos candidatos no próximo pleito. Ela será um constante fantasma nas eleições.
O mundo começou a saber com mais frequência sobre a existência da Deep Web com o chamada Silk Road, um mercado de drogas e armas na internet. E pode se familiarizar com o nome da moeda criptografada usada nesse comércio, o Bitcoin. Na origem destas duas novidades está a Deep Web. Trata-se de um nome genérico a todo o conteúdo que não pode ser indexado, ou seja, encontrado, pelos indexadores de busca – o mais famoso deles é o Google. Não há controle. Na Deep Web navega-se sob anonimato.
“É justamente aí que mora o perigo. A previsão mais otimista é que teremos dossiês compartilhados mais facilmente, além da confecção de boatos e difamações. E esta é a mais otimista previsão. Podemos esperar na campanha eleitoral o que há de mais nocivo e prejudicial para o processo democrático. Este será o verdadeiro lado B na campanha de 2014”, avalia Gabriel Rossi.
Segundo o especialista, há também um outro perigo na Deep Web. Nesta rede existem comunidades de hackers que podem colocar em xeque a cibersegurança durante as eleições de 2014. “O governo brasileiro precisa urgentemente atentar para este risco. Já tivemos diversos casos, como por exemplo, do Anonymous, que derrubaram sites importantes como do Tribunal de Justiça de São Paulo, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). E, agora, não podemos colocar em risco a lisura do processo eleitoral brasileiro, considerado um dos mais modernos e rápidos do mundo devido, por exemplo, à urna eletrônica”.
Para os candidatos, Rossi alerta para importância de uma equipe de profissionais que monitorem com precisão a web e entendam e naveguem pela Deep Web. “Mais do que isso, é necessário ter uma estratégia consistente e resposta ágil para possíveis difamações que possam ocorrer”, finaliza o estrategista.
Material encaminhado por Gabriel Rossi, especialista em marketing digital e político


http://www.adnews.com.br/artigos/deep-web-podera-ser-o-fantasma-das-eleicoes-em-2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Professor da Unicamp destrói manipulação da Folha de S.Paulo sobre o SUS

Professor da Unicamp destrói manipulação da Folha de S.Paulo sobre o SUS


O professor Eduardo Fagnani, da Instituto de Economia da Unicamp, ao ver a manchete da primeira página da Folha (9/12/13), ficou intrigado, resolveu pesquisar o assunto e constatou a manipulação da informação publicada pelo jornal. Suas observações viraram um texto do site GGN.
Eduardo Fagnani
Eduardo Fagnani
Para o professor, a manchete não deixou margem à dúvida: “Ineficiência marca gestão do SUS, diz Banco Mundial”. A matéria destaca que essa é “uma das conclusões de relatório inédito obtido com exclusividade pela Folha”, aos desavisados a mensagem subliminar é clara: o SUS é um fracasso e o Ministro da Saúde, incompetente.
Veja o texto completo do professor:
A curta matéria da suposta avaliação do Banco Mundial sobre vinte anos do SUS é atravessada de “informações” sobre desorganização crônica, financiamento insu ficiente, deficiências estruturais, falta de racionalidade do gasto, baixa eficiência da rede hospitalar, subutilização de leitos e salas cirúrgicas, taxa média de ocupação reduzida, superlotação de hospitais de referência, internações que poderiam ser feitas em ambulatórios, falta de investimentos em capacitação, criação de protocolos e regulação de demanda, entre outras.
Desconfiado, entrei no site do Banco Mundial e consegui acesso ao “inédito” documento “exclusivo”**. Para meu espanto, consultando as conclusões da síntese (Overview), deparei-me com a seguinte passagem que sintetiza as conclusões do documento (página 10):
“Nos últimos 20 anos, o Brasil tem obtido melhorias impressionantes nas condições de saúde, com reduções dramáticas mortalidade infantil e o aumento na expectativa de vida. Igualmente importante, as disparidades geográficas e socioeconômicas tornaram-se muito menos pronunciadas. Existem boas razões para se acreditar que o SUS teve importante papel nessas mudanças. A rápida expansão da atenção básica contribuíu para a mudança nos padrões de utilização dos serviços de saúde com uma participação crescente de atendimentos que ocorrem nos centros de saúde e em outras instalações de cuidados primários. Houve também um crescimento global na utilização de serviços de saúde e uma redução na proporção de famílias que tinham problemas de acesso aos cuidados de saúde por razões financeiras. Em suma, as reformas do SUS têm alcançado pelo menos parcialmente as metas de acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde (tradução rápida do autor).
Após ler essa passagem tive dúvidas se havia lido o mesmo documento obtido pela jornalista. Fiz novos testes e cheguei à conclusão que sim. Constatado que estava no rumo certo continuei a ler a avaliação do Banco Mundial e percebí que as críticas são apontadas como “desafios a serem enfrentados no futuro”, visando o aperfeiçoamento do SUS.
Nesse caso, o órgão privilegia cinco pontos, a saber: ampliar o acesso aos cuidados de saúde; melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde; redefinir os papéis e relações entre os diferentes níveis de governo; elevar o nível e a eficácia dos gastos do governo; e, melhorar os mecanismos de informações e monitoramento para o “apoio contínuo da reforma do sistema de saúde” brasileiro.
O Banco Mundial tem razão sobre os desafios futuros, mas acrescenta pouco ao que os especialistas brasileiros têm dito nas últimas décadas. Não obstante, é paradoxal que esses pontos críticos ainda são, de fato, críticos, em grande medida, pela ferrenha oposição que o Banco Mundial sempre fez ao SUS, desde a sua criação em 1988: o sistema universal brasileiro estava na contramão do “Consenso de Washington” e do modelo dos “três pilares” recomendado pelo órgão aos países subdesenvolvidos.*** É preciso advertir aos leitores jovens que, desde o final dos anos de 1980, Banco Mundial sempre foi prejudicial à saúde brasileira.
É uma pena que o debate sobre temas nacionais relevantes – como o sistema público de saúde, por exemplo – seja interditado pela desinformação movida pelo antagonismo das posições políticas, muitas vezes travestido de ódio, que perpassa a sociedade, incluindo a mídia.
Que o espírito reconciliador Mandela ilumine os brasileiros – e o pobre debate nacional.
BAIXO O DOCUMENTO DO BANCO MUNDIAL AQU
*Professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT/IE-UNICAMP) e coordenador da rede Plataforma Política Social – Agenda para o Desenvolvimento (www.politicasocial.net.br).
**Twenty Years of Health System Reform in Brazil – An Assessment of the Sistema Único de Saúde. Michele Gragnolati, Magnus Lindelow, and Bernard Couttolenc. Human Development. 2013 International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank 1818 H Street NW, Washington DC.
***Consultar, especialmente: BANCO MUNDIAL (1990). World Development Report: Poverty. Washington, D.C; BANCO MUNDIAL (1991). Brasil: novo desafio à saúde do adulto. Washington, D.C. 1991; BANCO MUNDIAL (1993). World Development Report: Investing in Health. Washington, D.C; BANCO MUNDIAL (1994). Envejecimiento sin crisis: Políticas para la protección de los ancianos y la promoción del crecimiento. Washington, D.C; e BANCO MUNDIAL (1995). A Organização, Prestação e Financiamento da Saúde no Brasil: uma agenda para os anos 90. Washington, D.C.

http://cartacampinas.com.br/2013/12/professor-da-unicamp-destroi-manipulacao-da-folha-de-s-paulo-sobre-sus/

Discussão entre Eliane Castanhêde e Caco Barcelos (trecho censurado)


Discussão entre Eliane Castanhêde e Caco Barcelos (trecho censurado)


http://www.youtube.com/watch?v=o79VPhf_2UE

O desabafo de Florestan Fernandes Jr. (mau jornalismo)

O desabafo de Florestan Fernandes Jr.

"Nós, jornalistas, estamos de luto. A família de Santiago Andrade está de luto. Não nossos patrões que fazem do jornalismo um espetáculo dos horrores. Que colocam na frente das câmaras âncoras despreparados e irresponsáveis que vomitam seus preconceitos e ódios"

Florestan Fernandes Jr
Apenas um desabafo de um jornalista de televisão
“Vai ser rápido, três takes”, foi o que disse Santiago ao sair da redação. A expressão banal usada com frequência por repórteres e cinegrafistas quando têm a tarefa de gravar um assunto que não demanda muito tempo, agora merece uma longa e demorada reflexão.
Morreu um companheiro de trabalho, jornalista de frente, da cobertura pesada das ruas, vielas e palácios suntuosos do país. Morreu um repórter do cotidiano, que colocava sua vida em risco quase que diariamente na nobre tarefa de informar. Com suas imagens ajudou a aumentar a audiência de telejornais. Certamente nunca teve o reconhecimento financeiro de seu importante trabalho. Como todos os colegas de profissão, tinha um salário miserável pelo risco que corria.
Mas isso não é mais importante. Ele já está morto. Morreu registrando as cenas de barbárie de um país que, pela primeira vez, se olha no espelho e vê refletido um rosto marcado pelas cicatrizes de centenas de anos de abandono e descaso. De um país de poucos, de uma justiça para poucos, de terras nas mãos de poucos, da educação para poucos, de riqueza para poucos. Um país de uma elite arrogante, perversa e preconceituosa, que por séculos controla a política em todos os níveis; estadual, municipal e federal.
Nós jornalistas, sim, estamos de luto. A família de Santiago Andrade está de luto. A sociedade brasileira mais uma vez está de luto. Não nossos patrões que fazem do jornalismo um espetáculo dos horrores. Que colocam na frente das câmaras âncoras despreparados e irresponsáveis que vomitam seus preconceitos e ódios. Jornalismo de baixo nível que usa e abusa do sensacionalismo para garantir audiência. De “âncoras” desafiando o bom senso todos os dias com um pensamento esquizofrênico e preconceituoso. Um jornalismo travestido de notícia que manipula dados, denúncias e, em vez de levar conhecimento, cultura e educação, faz da noticia um controle de mentes.
São os Black bloc da comunicação. Ajudaram e continuam ajudando a destruir os valores mais importantes da cidadania e de justiça social. Tudo cinicamente justificado pela liberdade de expressão. Tudo para manter o status quo de uma elite atrasada e mesquinha que realmente não quer abrir mão de seus privilégios.

Frase Ford


"Convém que o povo não perceba como funciona o sistema bancário e monetário, pois se percebesse acredito que haveria uma revolução antes de amanhã de manhã." - Henry Ford

Hora de ocuparmos a TV aberta

Hora de ocuparmos a TV aberta

O Canal da Cidadania começa a se tornar realidade. Emissoras não-comerciais dirigidas pela sociedade civil deverão ter espaço garantido na TV aberta, mas falta articulação para ocupar esse espaço.
por Coletivo Intervozes publicado 23/01/2014 17:46, última modificação 23/01/2014 19:26  
 
Por Bruno Marinoni*

http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/agora-e-a-hora-de-ocupar-a-tv-aberta-2651.html

A possibilidade de que os movimentos sociais tenham liberdade para falar diretamente à população por meio da TV aberta pode ser uma realidade a médio prazo, no Brasil. Na última segunda-feira (20), o Ministério das Comunicações aprovou o pedido do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) para operar o Canal da Cidadania. Com a medida, a cidade de Salvador terá reservado, na TV aberta, espaço para duas emissoras não-comerciais dirigidas pela sociedade civil.
O desafio para a concretização dessas emissoras, no entanto, é ainda muito grande. Embora esteja previsto na norma regulamentar do Canal da Cidadania que “o Ministério das Comunicações selecionará para este fim (operar duas faixas de programação) duas associações comunitárias por município e três no Distrito Federal”, montar uma emissora de televisão aberta e garantir sua gestão democrática é algo que pode ser considerado inédito no país, apesar dos esforços que já foram feito nesse sentido.
No Brasil, as TVs comunitárias foram relegadas ao ostracismo (para utilizar um eufemismo) pelos interesses comerciais que pressionaram as tentativas de regulamentação desse segmento. Sem condições para se financiar razoavelmente, em um cenário em que a produção audiovisual independente sempre andou mal das pernas, capturadas por interesses individuais ou eleitoreiros que sufocam a democracia em suas gestões e restritas às transmissões por meio de TV por assinatura, dificilmente essas TVs puderam exercer sua dimensão comunitária de fato.
Agora, o Canal da Cidadania abre espaço para que as emissoras comunitárias possam ser sintonizadas na TV aberta e para que sejam formados conselhos participativos que discutam o conteúdo e a gestão dessas TVs. Além disso, a produção audiovisual independente tem crescido no país e as novas tecnologias têm favorecido a ampliação do número de produtores, alguns fundos públicos já prevêem recursos a serem aplicados no setor direta ou indiretamente (como a Condecine, por exemplo).
O papel da sociedade civil
Apesar das possibilidades inscritas na implementação do Canal da Cidadania, duas questões precisam ser enfrentadas: a grande dependência da iniciativa do poder público e a necessidade de que a sociedade civil compreenda a importância do espaço e se mobiliza para ocupá-lo.
A outorga para que o serviço seja operado é dada a órgãos das prefeituras ou dos governos estaduais, que devem ocupar uma das quatro ou cinco faixas de programação suportadas pelo canal (grosso modo, cada faixa de programação equivale a uma emissora). As duas emissoras comunitárias, para operarem no Canal da Cidadania, dependem do pedido de concessão pelo poder público, da instalação dos conselhos locais de comunicação (costumeiramente rejeitados pelas forças políticas influenciadas pelos empresários de mídia), da instalação dos equipamentos de transmissão pelo órgão responsável e dos avisos de habilitação publicados pelo Ministério das Comunicações.
No caso de Salvador, por exemplo, o pedido foi feito pela TV Educativa do governo do estado e não houve conversa com a sociedade civil. Já no Rio de Janeiro, o processo todo tem acontecido por pressão da Frente Ampla pela Liberdade de Expressão (Fale-Rio), que tem levantado a bandeira da importância de ocupar esse espaço. No dia 13 de janeiro, a Câmara dos Vereadores autorizou a prefeitura (que já fez a solicitação da outorga) a dispor do orçamento para instalar o Canal da Cidadania e o conselho municipal.
A lista de pedidos de outorga do Canal da Cidadania disponibilizada pelo site do Ministério das Comunicações, ainda que incompleta (Salvador não consta na lista), contabiliza apenas 149 de um total de 5.570 municípios brasileiros. É muito pouco. Talvez por desconhecimento, talvez por descrença. O fato é que os movimentos sociais ainda não abraçaram a ideia do Canal da Cidadania e, com isso, poderemos perder a chance de ter um veículo de comunicação com a população que não seja orientado pela busca do lucro ou pelo discurso oficial.

* Bruno Marinoni é repórter do Observatório do Direito à Comunicação e doutor em Sociologia pela UFPE

Lucro dos bancos: quem ganha, quem perde?

Sociedade

Análise / Vladimir Safatle

Lucro dos bancos: quem ganha, quem perde?

Lembro-me de uma frase de Olafur Grimsson, presidente da Islândia: “Uma economia com bancos muito fortes é sinal de um país que vai mal”
por Vladimir Safatle publicado 08/02/2014 08:10, última modificação 
 
 
Duas notícias quase simultâneas forneceram uma boa fotografia do que o Brasil se tornou. Na primeira, descobrimos, o lucro líquido do Itaú em 2013 alcançou os 15,7 bilhões de reais, o maior da história dos bancos brasileiros, segundo estudo da consultoria Economática. Enquanto isso, o Bradesco apresentava o segundo maior lucro do ano, 12 bilhões de reais. Apenas duas instituições financeiras embolsaram quase 28 bilhões de reais, isto em uma economia de crescimento estagnado. Na segunda 3, a outra informação: a produção industrial caíra 3,5% em dezembro em comparação a novembro, a maior retração em cinco anos.
Diante desses dados, é difícil não lembrar de uma bela frase do presidente da Islândia, Olafur Grimsson: “Uma economia com bancos muito fortes é sinal de um país que vai mal”. Não só pelo fato de uma nação atrativa para investimento especulativo, no qual aplicar dinheiro em cassinos travestidos é o melhor negócio, nunca conseguirá financiar o desenvolvimento da criatividade empreendedora de seu povo. Mas principalmente porque uma economia com bancos fortes destrói tudo à sua volta.
Os bancos drenam os melhores cérebros para o sistema financeiro. Foi assim que os melhores engenheiros do Brasil não foram parar nas universidades a estudar novos materiais, em programas de despoluição de rios ou em pesquisas sobre energia alternativa. Foram fazer contas. O Brasil assim se transformou em um país que forma economistas não para pensar problemas regionais ou desenvolver políticas de combate à pobreza, mas para fazer consultoria para bancos, fundos de investimentos e outros segmentos do mercado financeiro.
Por outro lado, um sistema financeiro forte constrói uma rede escusa de relações e interferência que corroem todos os poderes políticos, entre eles a mídia e os governos. Ao criar uma relação incestuosa na qual antigos integrantes da administração pública sempre passam ao sistema financeiro e vice-versa ou na qual a saúde financeira dos meios de comunicação depende das boas relações com o sistema bancário, as instituições financeiras acabam por controlar o espectro das decisões econômicas. Não por outra razão, o mundo assistiu à impotência dos governos mundiais em desenvolver políticas capazes de quebrar o interesse do sistema financeiro global em prol da defesa de populações vulneráveis em processo irreversível de pauperização. Na verdade, toda e qualquer discussão econômica imbuída de encontrar novos modelos deve partir da reflexão sobre como quebrar a força de intervenção dos bancos, um poder que não mostra sua cara, que opera na calada da noite dos lobbies.
Que um governo dito de esquerda no poder há 12 anos não tenha quebrado o processo de transformação em um paraíso de rentabilidade para o sistema financeiro, com suas taxas de juro de baile da Ilha Fiscal, é algo que só pode provocar indignação. Nem temos um sistema pesado de taxação sobre lucros bancários, o que permitiria ao governo subvencionar melhoras nos serviços públicos tão cobradas pela população nas manifestações dos últimos meses. Até a CPMF, o imposto mais justo que este país teve, por taxar aqueles que realizam o maior número de transações financeiras, foi abandonada, para nunca mais voltar à pauta.
Neste ano eleitoral, no qual a dependência da classe política em relação ao sistema financeiro e às quadrilhas de construtoras aumenta exponencialmente, dificilmente veremos propostas dispostas a controlar esse que é, no fundo, um dos nossos maiores problemas econômicos. Que tais lucros intergalácticos ocorram em plena retração da economia é apenas um sintoma de onde estão aqueles que realmente controlam as decisões deste país. Assim, quando alguém joga uma pedra em agências bancárias, a sua maneira ele acerta o alvo correto. Este poder das sombras, regado a Romanée Conti e a stockoptions milionários, não pode continuar a, de fato, governar o Brasil.

http://www.cartacapital.com.br/revista/786/quem-ganha-quem-perde-464.html