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terça-feira, 29 de setembro de 2020

O que pensam os conservadores

 https://www.youtube.com/watch?v=NCRKfS2en90&t=507s


O que pensam os conservadores, por João Pereira Coutinho

Cientista político e escritor português, João Pereira Coutinho fala ao UM BRASIL sobre o que é o pensamento político conservador, e como essas ideias se relacionam com os progressistas – liberais e de esquerda. Na conversa com Renato Galeno, ele discute ainda a ascensão da extrema direita no mundo democrático, as transformações necessárias ao Brasil e como as origens portuguesas influenciam a nossa sociedade. Para saber mais, acesse: umbrasil.com © FecomercioSP 2018. Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização. As opiniões expressas neste canal não refletem, necessariamente, a posição da FecomercioSP.



terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Dez mandamentos do liberalismo (Bertrand Russell)

Os dez mandamentos do liberalismo segundo Bertrand Russell

No artigo, Russel escreve que “O liberalismo é mais uma disposição que uma crença. Ele é, na verdade, o oposto de qualquer crença”. Ele continua: “Mas a atitude liberal não diz que você deve se opor à autoridade. Ela só diz que você deveria ser livre para se opor à autoridade, o que é bem diferente. A essência da visão liberal sobre a esfera intelectual é a convicção de que a discussão imparcial é uma coisa útil, e que as pessoas devem ser livres para questionar qualquer coisa, desde que possam apoiar seus questionamentos com argumentos sólidos. A visão oposta, mantida por aqueles que não podem ser chamados liberais, é de que a verdade já é sabida, e que questioná-la é necessariamente subversivo”

1 — Não se sinta absolutamente certo de nada.
2 — Não pense que vale a pena produzir crença através da ocultação de evidências, pois as evidências certamente virão à luz.
3 — Nunca tente desencorajar o pensamento, pois você certamente será bem-sucedido.
4 — Quando você se deparar com oposição, mesmo que seja da parte de seu marido ou de seus filhos, dedique-se a vencê-la com argumentos e não com autoridade, pois uma vitória que depende apenas da autoridade é irreal e ilusória.
5 — Não respeite a autoridade, pois sempre haverá outras autoridades com opiniões contrárias.
6 — Não use o poder para suprimir opiniões que você acha perniciosas, pois se você o fizer, as opiniões suprimirão você.
7 — Não tenha medo de ter opiniões excêntricas, pois cada opinião hoje aceita já foi excêntrica um dia.
8 — Encontre mais prazer no dissenso inteligente que no consenso passivo, pois se você valorizar a inteligência como deveria, o primeiro implica uma concordância mais profunda que o segundo.
9 — Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo quando a verdade for inconveniente, pois é mais inconveniente quando você tenta escondê-la.
10 — Não tenha inveja da felicidade dos que vivem em um paraíso de tolos, pois apenas um tolo pensaria que aquilo é felicidade.
Tradução: Cynthia Feitosa.

https://www.revistabula.com/19708-os-10-mandamentos-de-bertrand-russell-para-uma-democracia-sadia/

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Economicismo ou reducionismo econômico

Economicismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Economicismo é um termo utilizado para criticar o reducionismo econômico, que é a redução de todos os fatos sociais a dimensões econômicas. Também é usado para criticar a economia enquanto uma ideologia, na qual a oferta e a demanda são os únicos fatores importantes na tomada de decisões, e literalmente se sobrepõe ou permite ignorar todos os outros fatores.
O economicismo parte da premissa de que os factores económicos são os factores decisivos, os mais importantes e fundamentais para a vida individual e social. É a crença infundada no primado do económico, na transformação deste factor na chave explicativa única de todos os acontecimentos da vida humana. Desse modo, todas as demais actividades e valores que escapam ao império da lógica económica são considerados como secundários, acessórios e até mesmo supérfluos[1].
O economicismo reinante estimula o pragmatismo e o utilitarismo.
Segundo o Professor Cesar Ranquetat Júnior: os agentes do domínio economicista desdenham do ócio, da contemplação, da vida intelectual. Por consequência, o bem-estar material, a busca a qualquer custo do prazer, da segurança, da protecção e da comodidade acabam por atrofiar e corroer as capacidades mais elevadas do espírito humano. Os interesses superiores e mais altos que transcendem a esfera da existência meramente material são deixados de lado. Conforme alertara o filósofo Marcel de Corte, consequência inevitável deste processo é a negação da inteligência especulativa que repousa na contemplação da verdade e no conhecimento da realidade[2].
Esta tendência atinge seu clímax e alcança o posto de verdade absoluta, para Marcel de Corte, no marxismo como ponto de convergência ao ser legitimada e justificada intelectualmente por Karl Marx na sua famosa máxima de que os filósofos se limitaram a interpretar o mundo, sendo agora necessário transformá-lo[3].

https://pt.wikipedia.org/wiki/Economicismo

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Torneios de Previsões

Relacionado ao livro Enlightenment Now.
O uso de ideologias políticas para prever e controlar resultados é visto por Steven Pinker como a maior fonte de erros (maior que ignorância). Inclusive as previsões de especialistas politizados podem ser tão boas quanto a de chimpanzés. Há uma proposta de previsões probabilisticas que vai revolucionar o debate político.

Até onde podemos ver o Futuro? - Philip E. Tetlock e os Torneios de Previsões

segunda-feira, 3 de julho de 2017

O Mercado de Noticias 2014

O Mercado de Noticias 2014

 https://www.youtube.com/watch?v=zq4CpvHdbAA

Abordando temas como mídia e democracia o documentário intercala depoimentos de 13 jornalistas brasileiros com trechos da peça “The Staple of News”, escrita pelo inglês Ben Jonson em 1625. A comédia de Jonson, montada e encenada especialmente para a produção do filme, revela sua espantosa visão crítica, capaz de perceber na imprensa de notícias, recém-nascida, uma invenção de grande poder e grandes riscos.
Produzido pela Casa de Cultura de Porto Alegre
Ano: 2014 | Direção: Jorge Furtado | Duração: 94m
Para assistir outros documentários, acesse: http://bit.ly/1OYKE68

sábado, 28 de fevereiro de 2015

como alcançar serenidade na sociedade do medo?

http://fronteiras.com/canalfronteiras/entrevistas/?16%2C349

Entrevista Luc Ferry: como alcançar serenidade na sociedade do medo?
por Branca Nunes/Veja

Dos alimentos que comemos ao ar que respiramos, vivemos sob constante medo. "A cada ano, um novo medo se adiciona a todos os outros: medo da carne vermelha, da gripe aviária, da aids, do sexo, do tabaco, da velocidade dos carros.", alerta Luc Ferry, filósofo francês.
Como é possível atingir serenidade, o objetivo da filosofia, em meio a este contexto? Em entrevista, Ferry analisa a percepção de mundo contemporânea e aponta ensinamentos da filosofia para esclarecer algumas angústias atuais.
Qual é o maior obstáculo à felicidade?
Luc Ferry:
A felicidade não existe. Temos momentos de alegria, mas não existe um estado permanente de satisfação. Separações, a morte de pessoas queridas, doenças e acidentes são inevitáveis. É por isso que a busca pela felicidade plena não faz sentido. O que podemos almejar é a serenidade, algo completamente diferente. Só se atinge a serenidade vencendo o medo. É o medo que nos torna egoístas e nos paralisa, que nos impede de sorrir e de pensar de forma inteligente, com liberdade. Os filósofos gregos costumavam dizer que o sábio é aquele que consegue vencer o medo.
O medo da morte é o maior obstáculo para o homem?
Luc Ferry:
Existem basicamente três grandes medos. O primeiro é a timidez. Ele aparece, por exemplo, quando somos apresentados a alguém muito importante, ou quando precisamos falar em público. É a pressão da sociedade. O segundo medo são as fobias. Medo do escuro, de insetos, de ficar preso num elevador. O terceiro é o medo da morte. Tememos mais a morte de pessoas que amamos do que a nossa própria morte. Não me refiro apenas à morte biológica, mas a tudo o que é irreversível. O corvo do poema homônimo de Edgar Alan Poe exemplifica isso perfeitamente. Repete a todo momento, como um papagaio, a expressão “nunca mais”. Essa é a morte dentro da vida. Para uma criança, pode ser o divórcio dos pais, já que nunca mais os verá juntos. O nunca mais, a irreversibilidade da vida, nos dá a experiência da morte. A grande questão da serenidade, e não da felicidade, é como vencer esse medo. Toda a filosofia, desde Homero e Platão até Schopenhauer e Nietzsche está baseada na doutrina da serenidade.
Além das fobias conhecidas, existem as modernas?
Luc Ferry:
Vivemos a sociedade do medo. Aos três grandes medos que eu falei, adiciona-se outro, tipicamente ocidental: o medo que se desenvolveu com a ecologia politica. Medo do eleito estufa, do buraco na camada de ozônio, do aquecimento global, de micróbios, da poluição, do fim dos recursos naturais. A cada ano, um novo medo se adiciona a todos os outros: medo da carne vermelha, da gripe aviária, da aids, do sexo, do tabaco, da velocidade dos carros. Os grandes ecologistas e os filmes que tratam do tema têm como objetivo principal trazer o medo. No livro O princípio da responsabilidade, do filósofo alemão Hans Jonas, há um capítulo chamado Heurística do medo. Nele, o medo é descrito como uma paixão positiva e útil.
Em toda a história da filosofia ocidental, o medo é o inimigo, é algo infantil, que faz mal. A ecologia inverte essa tradição filosófica ao sustentar que o medo é o começo de uma nova sabedoria e que, graças ao medo, os seres humanos vão tomar consciência dos perigos que existem no planeta. O medo não é mais visto como algo infantilizado, mas como o primeiro passo no caminho da sabedoria. É o que os ecologistas chamam de princípio da precaução. Isso não quer dizer que os ecologistas estejam errados. Há um componente de verdade no que dizem, mas há também muita mentira. Não aceito a ideia de um movimento político que se baseie exclusivamente no medo.
Qual a diferença entre a angústia vista pela psicanálise e pela filosofia?
Luc Ferry:
A filosofia e a psicanálise lidam com angústias distintas. A psicanálise luta contra a angústia patológica, o conflito entre o desejo e a moral, uma tentativa de reconciliar o indivíduo consigo próprio. No entanto, mesmo se atingíssemos uma perfeita saúde mental, depois de 20 anos de análise bem sucedida, restaria a angústia metafísica. Aí começa a filosofia, que ensina a alcançar a sabedoria no sentido da serenidade, não da felicidade.
O que há na filosofia que a religião não tem?
Luc Ferry:
Tanto a grande religião quanto a grande filosofia pretendem fazer com que as pessoas deixem de ter medo. Essencialmente, o que a religião diz é que, se alguém tem fé, se acredita em Deus, não precisa ter medo. Não precisa, por exemplo, temer a morte. As religiões são a doutrina da salvação pela fé. Todas as filosofias querem a mesma coisa: salvar os homens do medo que os impede de viver bem. Só que as grandes filosofias são as doutrinas da salvação sem Deus e sem a fé.
Com a disseminação do medo, ficou mais difícil superá-lo?
Luc Ferry:
A primeira grande resposta a essa pergunta nasce na Odisséia, de Homero. O poema conta como Ulisses vencerá os maiores medos da existência humana: o medo do passado e do futuro. Ulisses, que vive em Ítaca, uma cidade grega, com sua mulher Penélope, precisa partir para a Guerra de Tróia. Fica 20 anos longe de casa, imerso no caos da guerra.
A história mostra como Ulisses vai do caos à harmonia, da guerra à paz, do ódio ao amor de Penélope. Durante 20 anos ele se agarra ao passado, ou ao futuro, à nostalgia de Ítaca, ou à esperança de voltar a Ítaca. Quando retorna à terra natal depois de tanto tempo, pode, enfim, viver no presente. Os filósofos gregos diziam que o sábio é aquele que consegue pensar menos no passado e ter menos esperança. Se eu me separar, se mudar de casa, se trocar de emprego. O passado já aconteceu. O futuro é uma ilusão.
O ensino da filosofia deveria ser obrigatório nas escolas?
Luc Ferry:
Tudo depende da forma como ensinamos. Infelizmente, a maior parte do tempo, ao menos na França, reduzimos a filosofia a um tipo de instrução civil. Apresentamos aos alunos questões sem respostas possíveis: “O que é o belo?”, “o que é o bem?”, “o que é o tempo?”. Isso não tem nada a ver com a filosofia. É uma imbecilidade, uma estupidez. É melhor não ensinar filosofia do que ensinar dessa forma.
Se um dia quisermos que as crianças pensem por si próprias, precisamos ensinar a história de grandes visões do mundo. Contar, por exemplo, que na filosofia existem cinco grandes respostas para a pergunta “o que é a vida boa”: a grega, a cristã, a do humanismo moderno, a de pensadores como Nietzsche e a contemporânea. Isso é apaixonante. A filosofia não consiste em tentar construir um argumento para responder a uma questão absurda. A filosofia é aprender a viver.
Como se ensinava filosofia nas grandes escolas gregas?
Luc Ferry:
Ao contrário do que ocorre nas nossas, nas escolas gregas não havia discursos, mas exercícios de aprendizado da sabedoria. Um exemplo: na escola estóica, no século IV A.C., Zenão de Cítio, o primeiro estóico, pedia a seus alunos que pegassem um peixe morto na feira e o amarrassem em uma coleira para levá-lo para passear como se fosse um cachorro. Quando passavam, quase todos olhavam e zombavam. O que pretendiam? Que os alunos não temessem o que os outros diziam.
O sábio não é apenas aquele que vence o medo do olhar alheio, do que os outros pensam. O sábio não se importa com as convenções artificiais dessas “boas pessoas”. Ele desvia o olhar para concentrar-se na natureza, no cosmos. Vive em harmonia com a ordem natural, com ele próprio e com o mundo.
Por que os maiores filósofos do mundo são gregos e alemães?
Luc Ferry:
Tanto no caso grego, quanto no alemão, o grande motivo é a proximidade entre religião e filosofia. A filosofia sempre foi a secularização e a laicização de uma religião já existente. A filosofia grega, por exemplo, é uma versão secular e laica da mitologia grega. Da mesma forma, toda a filosofia alemã é uma apresentação racional da teologia protestante de Lutero.
Ao afirmar “eu não quero ler a bíblia com a tradução latina”, “eu desconfio daqueles que estão no Vaticano”, Lutero resumiu o grande gesto do protestantismo: a busca pela verdade absoluta. Esse gesto abarca toda a filosofia alemã. Antes da filosofia, os dois povos viveram momentos muito importantes na religião. Você não tem isso nos Estados Unidos, nem na França. Ao contrário do que pensam os franceses, Descartes não é um bom filósofo.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Como a internet das coisas vai atropelar o capitalismo

http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/02/como-internet-das-coisas-vai-atropelar-o-capitalismo.html

Como a internet das coisas vai atropelar o capitalismo

18/02/2015 - 08H02/ atualizado 08H0202 / por André Jorge de Oliveira
Perdeu, Tio Sam: para Rifkin, China  e Alemanha serão as grandes potências da  nova economia (Foto: Ulf Andersen/Getty Images)

Nos últimos 300 anos, o mundo passou por duas revoluções industriais: a primeira liderada pela Inglaterra no fim do século XVIII, e a segunda, pelos Estados Unidos, algumas décadas depois. O pioneirismo transformou esses paí­ses em potências mundiais.
De acordo com o pensamento do economista norte-americano Jeremy Rifkin, foi dada a largada para uma nova corrida industrial entre as nações, e desta vez a Alemanha saiu na frente. Guru de executivos e chefes de estado, como a alemã Angela Merkel, Rifkin explica em seu último livro, The Zero Marginal Cost Society: The Internet of Things, the Collaborative Commons, and the Eclipse of Capitalism (A sociedade do custo marginal zero: a internet das coisas, os bens comuns colaborativos e o eclipse do capitalismo), como a internet das coisas está dando origem à economia do compartilhamento, que deverá superar o capitalismo até a metade do século.
P: O senhor diz que o capitalismo vai ser colocado em segundo plano pela economia colaborativa. Muita gente se assusta com a ideia de um mundo onde o capitalismo não é o único caminho?
Sim, mas talvez o mesmo tanto de pessoas ache essa possibilidade intrigante e mesmo esperançosa. O capitalismo está dando à luz uma espécie de filho, que é a economia do compartilhamento e dos bens comuns colaborativos. Ela é o primeiro sistema econômico a emergir do capitalismo desde o socialismo no século XX. Nós viveremos em um sistema econômico híbrido, composto pela economia de troca no mercado capitalista, e pela economia do compartilhamento.
P: O senhor considera o capitalismo obsoleto para as necessidades atuais?
De tempos em tempos, novas revoluções tecnológicas emergem para gerenciar mais eficientemente a atividade econômica. Creio que agora estejamos em um longo e perigoso “fim de jogo”, um pôr do sol da segunda revolução industrial. Em 1905, 3% da energia era utilizada na cadeia de produção e 97% era perdida. Em 1980 tivemos um pico de 18% de eficiência, e parou nisso. Estamos empacados. O que está acontecendo agora é que estamos no curso de uma terceira revolução industrial. A internet das coisas vai conectar campos de agricultura, linhas de produção de fábricas, lojas de varejo e armazéns, veículos autônomos e casas inteligentes. É uma transição épica, que pode conectar a raça humana inteira em tempo real e nos mover para uma produtividade extrema, com custo marginal baixo ou mesmo zero em todos os setores da economia.
P: O senhor acha que os Estados Unidos continuarão sendo a maior potência nesse novo sistema?
Os líderes agora são a Alemanha e a China. Os chineses entenderam que os britânicos lideraram a primeira revolução, e os norte-americanos, a segunda, e que essa era a chance deles.
P: O senhor sugere que essa transição de paradigma do capitalismo para os bens comuns colaborativos vai ocorrer de maneira suave, e não como as grandes revoluções políticas que já acompanhamos. Não existem pessoas e instituições interessadas em estancar esse processo de mudança?
Há interesses poderosos, governos e indústrias querem ter voz, mas o que realmente me preocupa são as companhias de internet. Eu adoro o Google, uso todos os dias, mas ele já assume a forma de um monopólio global. O mesmo acontece com o Facebook. A pergunta é: o que fazer? No século XX, mantivemos no mercado privado companhias de eletricidade, telefônicas, gasodutos, coisas de que todos precisavam – mas regulamos suas atividades por meio do governo. Seria ingênuo acreditar que essas empresas privadas tão grandes e importantes, que estabeleceram bens de que gostamos e que queremos, não serão reguladas por alguma forma de autoridade global.
P: No livro, o senhor concebe essa nova sociedade como uma “civilização empática global”. Por quê?
O que está acontecendo é uma mudança fundamental na forma como as gerações mais novas pensam. Não se trata apenas de os jovens estarem produzindo e compartilhando seu próprio entretenimento, notícias e informações, eles também estão começando a compartilhar todo o resto – carros, roupas, apartamentos. A internet permite que eles eliminem os agentes intermediários e criem uma cultura do compartilhamento. As gerações mais novas não querem ter um carro, isso é coisa do vovô. Os millenials das gerações mais novas querem acesso, e não posse. Eles estão realmente começando a ver a si próprios como parte de uma grande família humana, e as outras criaturas em certa medida também como parte dessa mesma família.

DICIONÁRIO RIFKIN
Entenda alguns dos conceitos mais usados pelo economista
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: processo desencadea­do pela internet das coisas, liderado pela Alemanha e pela China. Deve promover níveis de produtividade e eficiência energética sem precedentes, reduzindo os custos de bens e serviços e consolidando a economia do compartilhamento e dos bens comuns colaborativos.
CUSTO MARGINAL: conceito econômico que se refere à variação no custo total de produção quando se aumenta a quantidade produzida de bens. O custo marginal zero representa uma situa­ção ideal de produtividade, na qual se pode fabricar mais objetos sem pagar mais por isso, reduzindo drasticamente o valor final do produto, que pode até ser compartilhado gratuitamente.
CIVILIZAÇÃO EMPÁTICA: termo criado para se referir à nova civilização que Rifkin acredita que deverá surgir a partir do processo de transição pelo qual estamos passando. Trata-se de uma mentalidade não mais adaptada ao capitalismo, mas à economia do compartilhamento. É uma visão que concebe a humanidade como uma única família e o planeta ou a biosfera como a comunidade que se compartilha.